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Como política anti-imigra??o impacta comércios em regi?o com forte presen?a de brasileiros: 'Tem semana que some todo mundo'

A mineira Priscila Sousa tinha apenas 7 anos quando imigrou com os pais para os Estados Unidos. Hoje,íticaantiimigra??oimpactacomérciosemregi?ocomfortepresen?regras do jogo roleta cassino aos 37, ela é cidad? americana e deputada estadual em Massachusetts, onde cumpre seu segundo mandato. Em entrevista ao Profiss?o Repórter, Priscila leva a reportagem para conhecer Framingham, cidade a 35 quil?metros de Boston, que abriga cerca de 8 mil brasileiros — uma das maiores comunidades do país na regi?o.

Ao caminhar pelas ruas do centro de Framingham, é impossível n?o notar a forte presen?a brasileira: padarias, mercados, sal?es de beleza e lojas com nomes em português. Mas, por trás das vitrines, o clima é de apreens?o. Comerciantes relatam queda no movimento e medo crescente entre os imigrantes, reflexo direto das políticas anti-imigra??o que voltaram a ganhar for?a nos Estados Unidos.

“A clientela de muitos desses comércios é brasileira. O povo está com medo de sair de casa. O comércio caiu, está difícil. Tem sido uma luta para os donos de empresas”, conta Priscila.

1 de 3 A brasileira Priscila Sousa tinha apenas 7 anos quando imigrou com os pais para os Estados Unidos. Hoje, aos 37, é cidad? americana e deputada estadual em Massachusetts — Foto: TV Globo/Reprodu??o

Em uma das lojas visitadas pela reportagem, a queda nas vendas chega a 40%.

“Tem semana que some todo mundo. Muitos n?o est?o trabalhando, est?o guardando dinheiro, com medo”, diz um comerciante.

2 de 3 Framingham, cidade a 35 quil?metros de Boston, no estado de Massachusetts, abriga cerca de 8 mil brasileiros — Foto: Montagem/g1

Outro relata dias inteiros sem clientes:

“Parecia que o centro estava abandonado.”

Além do impacto econ?mico, os efeitos emocionais também s?o visíveis.

“Muitos clientes aqui na loja relatam ansiedade, depress?o. A gente percebe uma grande afli??o”, afirma uma empresária local.

Durante a visita, Priscila relembra sua própria história. Ela mostra o prédio onde morou com a família, ainda quando era indocumentada. Em frente ao local, uma abordagem policial recente envolvendo um brasileiro foi registrada em vídeo.

“Aquilo partiu meu cora??o. Me coloquei no lugar daquela pessoa. Quando morávamos aqui, também éramos indocumentados. Foi difícil olhar para a situa??o como deputada e n?o como imigrante”, desabafa.

Desde 2022, Priscila defende os direitos dos imigrantes na Camara dos Deputados de Massachusetts. Em abril de 2025, ela discursou contra as políticas do ex-presidente Donald Trump, que voltou a adotar medidas mais rígidas contra imigrantes.

3 de 3 Novas leis anti-imigra??o em Portugal afetam amplamente os brasileiros — Foto: Reprodu??o

“Existe essa narrativa de que é uma quest?o de seguran?a pública. Mas quando pegam pessoas sem antecedentes criminais, que pagam impostos, que est?o com os documentos em dia, isso n?o é seguran?a pública. O povo está sendo ca?ado”, afirmou em plenário.

Para Priscila, sua trajetória como imigrante é o que dá sentido ao seu trabalho na política.

“Ser imigrante é um espa?o que eu posso ocupar com propriedade. As regras parlamentares eu posso aprender, mas ninguém vai me ensinar a ser imigrante.”

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